Aula de Tendências

14 de dezembro de 2012
Esta semana tive a minha 4ª aula na Pós-Graduação em Consultoria de Moda e Imagem. O tema era "Identificar Tendências" e quem a leccionou foi o já tão conhecido estilista, Nuno Gama. Estávamos todas ansiosas por conhecê-lo pessoalmente e aprender um pouco com ele. Só "um pouco" porque a aula é pequena demais para conseguirmos absorver muito, mas sempre é melhor que nada.




























Ao longo da aula, foram surgindo alguns momentos de divagação e partilha (é impossível seguir uma linha quando há tanta curiosidade da nossa parte e tantas histórias e experiências para contar da parte da Nuno), mas o tema eram as tendências. O que é afinal isto das tendências? Quem as dita? Para que servem? Quem as segue? É um assunto que tem muito mais o que se lhe diga do que parece à primeira vista. Para começar, importa perceber que as tendências não surgem do nada. Surgem das pessoas. Existem observatórios de tendências, como a Promostyl, constituídos por pessoas de vários ramos (médicos, filósofos, estilistas, psicólogos, etc), que analisam os sucessivos comportamentos e reações das pessoas em geral. A partir desse estudo, conseguem fazer uma prospeção e definir quais irão ser as tendências, ou seja, quais os estilos, cores, tecidos e cortes é que as pessoas tenderão a usar. O que não significa que aconteça realmente. No fundo, fazem uma previsão do futuro, mas o presente pode não coincidir totalmente. Só segue as tendências quem quiser, quer no mundo dos compradores, quer no dos estilistas e das lojas. E chegamos aqui à diferença entre as "tendências" e a "moda": as tendências são uma mera prospeção, enquanto a moda é uma realidade, é o presente. Podem vir dizer que o azul é a cor da próxima estação, mas se a Zara apostar no vermelho, será esta a cor da moda. É um assunto com bastante interesse e foi muito engraçado saber um pouco mais sobre ele. Também falamos um bocadinho sobre a história da moda e de como o fim da Segunda Guerra Mundial veio alterar as coisas. É um tema fascinante. Se vos interessar, o Nuno aconselhou-nos 2 livros: The Historical Encyclopedia Of Costume" de Albert Racinet, e "20th Century Fashion" de John Peacock. É muito giro perceber a evolução da moda e conhecer os fatores que estão por detrás das sucessivas mudanças.

Entretanto, debatemos um outro assunto com enorme relevo: a repercussão da crise do mundo da moda. O que acontece? As pessoas deixam de comprar? Compram mais barato? O Nuno ensinou-nos que existem 4 tendências-mestras, uma vez que as pessoas estão divididas em 4 grupos: por um lado, os que vivem na pobreza, por oposição aos que continuam a viver na riqueza (fator económico). Por outro lado, os que revelam uma atitude pessimista, por oposição aos que são otimistas e fazem alguma coisa para melhorar a sua situação (fator social). Ou seja, existe sempre um grupo de pessoas que continua a ter poder de compra ou que luta para o conseguir recuperar, o que significa que vão sempre existir clientes para as lojas. A solução, tanto para estas, como para os estilistas e até mesmo para os consultores, não é desistir e baixar os braços, é adaptarem-se um bocadinho. O Nuno é uma pessoa bem-disposta, com uma enorme experiência no ramo, extremamente bem sucedido e que sabe do que fala. Fez os possíveis para nos transmitir aquilo que considerou mais importante no tema. E acho que também gostou de passar 4 horinhas rodeado de mulheres!! Obrigada, Nuno!

Christian Dior encurta a saia, após a SGM - um dos grandes marcos na história da moda.


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